quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Gosto Muito

Resolvi abrir para todos a minha grande paixão. É sensual, ardente, bonita e tem de diversos tamanhos, cores e funções.....

SIM!!! Estou falando de PIMENTAS. Eu adoro e por isso abri a minha geladeira e vou mostrar em 2 partes a minha "reserva" de pimentas particulares para serem usadas e abusadas em qualquer dia, hora e objetivo. Tem as que ardem e passam rápido, as que só queimam e você fica xingando qualquer coisa e qualquer pessoa, tem as que deixam um sabor e...gostei! E outras que servem para apimentar o seu lanche ou refeição.

Segundo o livro "Dicionário Gastronômico de Pimentas" do Nelusko Linguanotto Neto (sim, daquela marcas de ervas e condimentos) o efeito que o ardor da pimenta provoca em nosso organismo causa uma sensação semelhante à de uma queimadura, e o cérebro, para compensar o deconforto, libera a produção das chamadas endorfinas. Essas substâncias produzem uma ação analgésica prolongada e intenso bem-estar... Explorações arqueológicas realizadas no México indicam que as pimentas já eram usadas no continente americano por volta de 7000 a.C. e acredita-se que naquela época a pimenta era utilizada em rituais. O tchocoati, obtido do fruto do cacaueiro, por exemplo, era uma bebida fumegante e apimentada, consumida por sacerdotes e nobres e ofertada aos deuses...(hummm).


Duas pimentas que estão na minha geladeira

O termo pimenta vem do latim pigmentum, que significa pintar (que meigo para um ingrediente tão forte). Seu sentido original era o de matéria corante. Depois passou a indicar uma especiaria aromática para finalmente designar o fruto Piper nigrum - pimenta-do-reino. Hoje, no entanto, em muitos lugares é usado indistintamente tanto para designar a pimenta-do-reino quanto para as pimentas do gênero Capsicum.

O termo pimenta foi difundido como sendo todas as pimentas e não só a pimenta-do-reino.
A palavra chilli, de origem asteca, serve para nomear os frutos do gênero Capsium em vários países inclusive os EUA assim como o termo aji.


(pimenta-do-reino branca no moedor vermelho e no outro um mix de pimentas em grãos)

Se, ao ingerir uma pimenta (ou fragmentos inocentes deste fruto) e você sentir um ardor desagradável, EVITE beber água. O líquido, em vez de ajudar, pode espalhar ainda mais a sensação de ardor. O certo é levar um grande gole de creme de leite à boca, bochechar por 1 minuto e cuspí-lo (isso é muito fácil, né? todos tem sempre à mão um pouco de creme de leite para utilizá-lo em forma de extintor...). Você também pode substituir o creme de leite por sorvete, ou comer um pedaço de pão fresco (não serve amanhecido?? é mais certo ter este tipo em casa do que um fresco na hora que eu for comer um naco de pimenta), ou batata cozida (não pode ser frita? tem mais a ver) ou arroz. (Ah, agora entendi por que os tailandeses ficam comendo milhões de pimentas cruas e com sementes, logo no café da manhã...ELE COMEM ARROZ COMO ÁGUA!!!! Na verdade eles não são tão fortes assim....eles eram meus ídolos por conseguir comer pimenta picância 10, mas na verdade eles TAMBÉM não aguentam....e ficam intercalando os nacos de pimentas por colheradas de arroz de jasmim!!!!!! Que feio!). Esses alimentos têm boa capacidade de absorção e ajudam a drenar a capsaicina, responsável pelo ardor das pimentas.

Hoje em dia contam-se mais de 150 variedades de Capsicum catalogadas no mundo derivadas de apenas 5 espécies consideradas domesticadas. Há também as espécies silvestres (uau!!!).

Em 1912, um farmacologista W. L. Scoville desenvolveu um teste para determinar o grau de picância de cada variedade de Capsicum. Até hoje esse teste permanece como dos mais bem aceitos mecanismos para determminar a ardência das pimentas.




Pimentas caseiras que ganhei. A primeira é malagueta com azeite e alho e a segunda eu ganhei da chefe de cozinha Beth Beltrão (de Tiradentes - MG) do restaurante Viradas do Largo (que eu MEGA recomendo). Ela soube que eu gostava de pimenta e me deu esse molho que ela apelidou de molho de pimenta PQP (preciso dizer alguma coisa??)


A primeira eu ganhei do Marco Lima (nosso sub-chefe no programa). Ele fez este tipo e depois de 2 meses na minha geladeira eu achei que a pimenta estava mofada, fiquei triste e quase fiz um funeral para as mesmas. mas o chefe Márcio Moreira foi na minha casa, analisou o vidro e disse: Dani, esta pimenta está ótima...o que você acha que é bolor são cristais de azeite pois a sua geladeira não tem nada mais a não ser PIMENTAS então tudo fica quase que congelado!!!!!!! A outra pimenta eu comprei por causa do nome....é boa, mas mais queima do que tem sabor.


Essas pimentas têm história!! A primeira eu ganhei do chefe molecular Kaká Silva. Este pó possui 19 tipos diferentes de pimentas que ele desidratou e fez os rituais dele e demorou 15 dias para fcar pronta. Ela é divina. Não queima. Tem ardência forte que dura alguns segundos e depois só restam os sabores misturados. A outra pimenta é simples demais. Pimenta malagueta no vinagre. Mas esta mistura à outra, dentro de um copo long drink com 4 pedras de gelo e vodka.....este drink só tem na minha casa e a proporção dos ingredientes SÓ EU SEI!!!! Tem gente que já tentou imitar...é como comparar café expresso com café de garrafa térmica.

Essa foi a Pimentas Parte I. Aguarde a segunda parte.

Daniela Meira - produtora de culinária Mais Você

Um comentário:

Nane Cabral disse...

Humm... adoro uma pimentinha... bjos, Nane www.vovoqueensinou.blogspot.com