Porto Velho, a capital, é uma cidade deliciosa, que fica à beira do Rio Madeira (que é o maior afluente à margem direita do Amazonas) e o mais legal de tudo isso é que este enooooooooooorme rio, tem este nome por que as árvores da margem caiam sobre o rio, que ficava cheio de madeira, isto nos tempos dos índios (para dizer que foi há muito tempo). Tem um lugar perto deste rio, que tem um navio encalhado de muitos anos. Foi um navio negreiro que encalhou e dizem que os escravos ficaram lá, presos e sufocados e nunca mais tiraram o navio de lá (...hum). A cidade de Porto Velho tinha que trazer a água do Rio Madeira para a população (tipo para tomar banho, fazer comida, deixar as verduras de molho em hipoclorito de sódio (ahã....naquela época...) e para isto, como o centro da cidadezinha era um pouco longe, construíram uma caixa dágua bem grande na cidade, com uma bomba para puxar a água do rio e trazê-la para a cidade. Depois de um tempo, mais 2 caixas dágua foram construídas totalizando 3 caixas dágua. Bom, essas caixas dágua são bem altas e bacanas. Todo turista tem que tirar uma foto na frente das 3 Marias (como são chamadas essas caixas dágua). Hoje elas não funcionam e são apenas ponto turístico. (eu tirei uma foto minha na frente delas...).
O QUE FUI FAZER LÁ??
Porto Velho é um local que gostaria de voltar. Adorei a cidade, as pessoas e a culinária. Bem leve. Em todos os aspectos. Sua culinária baseia-se no pescado do rio, é claro, e seus costumes são tradicionais de uma cidade pequena e sem tanta mistura com os brasileiros do sul. Eles têm a mata amazônica como protetora, os rios e cachoeiras como amigos e o sol para aquecê-los. Na verdade fui gravar o quadro Ganhando Dinheiro, com um personagem prá lá de interessante, o Sr. Arnaldo Lourenço (para ver o dia que ele foi no programa Mais Você, clique aqui). Imaginem um homem, que trabalha mais de 15 anos na mata (dentro da mata...às vezes ficava 1 mês dentro da mata, sem voltar para casa). Bom, este corajoso rapaz, casado e com 2 filhas para cuidar, resolve sair do emprego e na frente de casa, numa praça monta uma chapa de ferro, grande, aquece-a com gás e lá despeja rodelas de cebola. Enquanto as cebolas vão dourando junto com um pouco de manteiga, ele joga DESCARADAMENTE, fatias finas de picanha (que ele já havia cortado na casa dele). Junto a isso ele vai dourando, mexendo, a carne ficando marrom, a gordura tostando, e a manteiga escorrendo. Quando tudo está no ponto, este rapaz pega seu garfo de carne, espeta várias fatias de picanha juntas e com uma faca bem afiada vai passando-a pela carne e jogando manteiga. O cheiro desta mistura de pedacinhos de carne com cebola e outros temperos vai chamando o povo, que já resolve sentar nas cadeiras junto das mesas colocadas de propósito e suas filhas vão servido essa gostosura com farofa, arroz e pãozinho... Bom, este jovem mancebo chegava a faturar R$ 4000,00 por mês, pagou as faculdades das meninas e a dele também. Claro que ele passou a se chamar Homem Picanha....
O QUE VOU COMER LÁ DE NOVO: Bom, voltando a este Estado, há alguns pratos típicos, mas acho que o que mais gostei (e que pode ser encontrado em outros locais do Brasil, pois hoje todos fazem de tudo um pouco) é a costela de tambaqui. O tambaqui é um peixe que pode chegar a 1 m de comprimento e pesar mais de 40 kg (quase meu peso ideal!!!!rsrsrs) e muito consumido em todo norte do país tanto cozido, frito ou assado na brasa.
Esta costela de tambaqui nada mais é do que suas espinhas que são cortadas de uma maneira como se fossem costela de boi (sua estrutura óssea permite que este peixe seja consumido pelo osso) e que são temperadas com os temperos comuns de lá, sal, limão, coentro picado e esta costela é colocada com a pele virada para baixo para que a gordura (sim, este peixe tem uma camada de gordura....ele é grande!!!) derreta len-ta-men-te sobre a carne, dando um sabor prá lá de especial e que você não encontra em nenhum outro tipo de preparação....E o mais gostoso é pegar nacos desta costela e comer com as mãos...HUUUUUMMMMM. Adoooooooro.
É claro que existem outros pratos lá que você também encontra em outros Estados do Norte, como Maniçoba (que é um tipo de feijoada), ingredientes como tucupi ou jambu, e o buriti (que é uma fruta). Mas deixo registrado que para mim, comer esta costela de tambaqui, na beira do rio me fez pensar no seguinte. Você pode ter um enorme prazer em comer com as mãos, um prato sem segredos e tradicional e reverenciar um rio que é tão gigante que você se sente muito pequeno diante de tanto prazer que ele pode te proporcionar. E volto a pensar que....o que vale SEMPRE, é a intenção que você deposita nas coisas.
COSTELA DE TAMBAQUI
- 1,5 kg de costela de tambaqui
- 1 limão
- 2 alhos picados
- 2 cebolas
- meio maço de cada tempero picado (cebolinha, coentro, salsinha)
- 2 alhos picados
- 2 cebolas
- meio maço de cada tempero picado (cebolinha, coentro, salsinha)
- sal e pimenta-do-reino a gosto (ou outra pimenta que você preferir)
- 1xícara (chá) de azeite de oliva
- 1xícara (chá) de azeite de oliva
- 1 limão
- meia xícara (chá) de azeite
- 2 litros de água
- sal a gosto
- meia xícara (chá) de azeite
- 2 litros de água
- sal a gosto
- farinha de mandioca crua
VAMOS LÁ:
Limpe a costela e regue com suco de 1 limão e deixe escorrer este limão.
Passe no processador o alho, 1 cebola, a cebolinha, o coentro, a salsinha, sal e a pimenta-do-reino e processe até formar uma pasta. Junte 1 xícara (chá) de azeite e o suco do outro limão e processe por mais 1 minuto. Tempere a costela com esta pasta e ai, você pode fazer da maneira que preferir. Ou leve ao forno, e para isto coloque a costela dentro de uma forma forrada com papel alumínio (pois ninguém é de ferro e lugar de mulher não é areando panelas, mas sim gastando no shopping center) ou leve à churrasqueira e coloque sobre a grade (que seu marido areou durante o jogo de pif paf de você com suas amigas) e deixe assim, até perceber que a costela está dourada e com aquele aroma irresistível de: Tô pronta! Ah, lembre-se de deixar a parte da pele embaixo para que a gordura fique em cima (tem uma lógica nisto...) e enquanto derrete, escorre por sobre a carne, deixando-a com textura e sabor incomparáveis. A marinada do tambaqui, você pode refogar com meia xícara (chá) de azeite, misturar 2 litros de água quente e sal a gosto. Dê uma mexidinha e junte a farinha de mandioca aos poucos (ou em chuva....) até formar um pirão (mexendo sempre)
(obs – as fotos serão atualizadas quando eu voltar para o RJ e outra coisa, a empresa Nativ comercializa esta costela de tambaqui em ripas se você quiser provar sem ter que despencar para o Norte do país)
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