segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Adoçante pode favorecer diabetes tipo 2


Eu não me dou com açúcar e há anos fiz a substituição pelo adoçante. Este, chegou no país com muita força tendo como público-alvo a turma que tem diabetes. Depois de pouco tempo e com a propaganda dizendo que adoçava mais e com menos calorias, o público-alvo mudou e tornou-se a grande maioria das pessoas saudáveis. Afinal, consumir uma caipirinha (200 ml) com adoçante tem seu valor calórico reduzido de 300 calorias para 220! É ou não é uma tentação? Eu estou nesta turma do adoçante, café, caipirinha, chá e outras delicias... Mas a coisa não é bem assim. Ontem saiu um estudo na revista “Trends in Endocrinology & Metabolism”, onde mostra que estes produtos favorecem o aparecimento de obesidade, diabetes tipo 2 e síndrome metabólica (dois ou mais fatores que, juntos, aumentam o risco de doenças cardíacas e derrame) — mesmos problemas apontados no consumo de açúcar há anos...
Abaixo um trecho deste estudo:
“É comum que as pessoas pensem que os adoçantes artificiais são saudáveis, vão ajudar a perder peso ou evitar o ganho de peso”, escreve a autora do estudo, Susan E. Swithers, da Universidade de Purdue, em Indiana, nos Estados Unidos.
Em outubro de 2012 o “New England Journal of Medicine” publicou um grande estudo que associava o alto consumo de bebidas adoçadas artificialmente à obesidade: ao ingerir altas doses de refrigerantes diet, por exemplo, o cérebro entende a entrada de doce no organismo mas não há calorias para serem queimadas, o que a longo prazo faz com que o organismo ative o mecanismo de conservação de energia e o corpo ganhe peso.
— O adoçante não é ruim em pequenas doses, o ruim é achar que se pode tomar adoçante indiscriminadamente. O problema está ligado à dose ingerida — diz a endocrinologista Isabela Bussade, professora de pós-graduação da PUC-Rio e integrante do grupo de pesquisa clínica do Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia (Iede).
A médica aponta ainda outro ponto, o da interferência dos adoçantes (e outros industrializados como acidulantes e conservantes) no metabolismo periférico, atuando como disruptores endócrinos e mudando a maneira como as células processam informações hormonais. Essa mudança de sinalização pode aumentar a obesidade não só pelo valor calórico. É como se uma pessoa comesse mil calorias de leitão assado, arroz e feijão e outra optasse por uma refeição com as mesmas mil calorias em fast-food e esta segunda engordasse mais por causa da química industrializada que atrapalha o funcionamento normal da célula, segundo a endocrinologista.
Leia mais sobre esse assunto n’O Globo.

Daniela Meira

Nenhum comentário: