São
Paulo – Em dezembro de 2011, o segredo da chef de cozinha e apresentadora
inglesa Nigella Lawson para emagrecer consideravelmente em pouco tempo foi
revelado. Sem dizer quantos quilos perdeu, ela declarou que passou a
consumir o macarrão “itokonnyaku” (feito a partir de um tipo de batata, também
chamado de “konjac”, “konnyaku”, “shirataki”).
No
Brasil, ele ganhou o apelido de “miojo milagroso” por ter apenas 10 calorias
por porção e ser composto basicamente por água e fibras, e nenhum carboidrato
ou nutriente. Isso dá a esse alimento a capacidade
de aumentar a saciedade, por causa das fibras, e, consequentemente, reduzir o
consumo de calorias diárias. O que parece milagre, no entanto, pode ser uma
armadilha, se não for consumido adequadamente.
Por
não ter nutrientes em sua composição, nutricionistas não recomendam uso
indiscriminado e constante do “miojo milagroso”, que pode ter efeito laxativo e
reduzir a capacidade do organismo de absorver vitaminas como a A, D, E e K. Por
isso, é recomendado que esse ingrediente não substitua alimentos nutritivos e
saudáveis, como verduras (folhas), legumes, frutas e cereais, mas seja
combinado a eles nas receitas. Isso vale para qualquer outra dieta considerada
“milagrosa”.
“Essas
dietas normalmente apresentam muito baixo valor calórico e nutricional. Quando
seguidas por muito tempo, podem levar a deficiências nutricionais importantes,
prejudicar o ritmo de crescimento de crianças e adolescentes, comprometer a
composição corporal (em especial a massa muscular). E ainda podem desencadear
transtornos alimentares como anorexia e bulimia”, afirma Thiago Sacchetto,
nutricionista do Hospital Israelita Albert Einstein.
Ele
garante que não existe fórmula instantânea para perder peso e que, na maioria
das vezes, essas dietas não se sustentam em longo prazo. “Porque não temos uma
causa específica para o excesso de peso ou obesidade, diversos fatores estão
envolvidos, como genéticos, hormonais, metabólicos, psicológicos e os fatores
ambientais do mundo moderno”, diz.
Baseando-se
na máxima que diz que “saco vazio não para em pé”, Sacchetto defende a adoção
de uma dieta com todos os nutrientes - carboidratos, proteínas, gorduras,
fibras, vitaminas e minerais nas quantidades certas para cada idade, gênero e
peso. E, para não correr o risco de pecar pelo excesso ou pela falta, ele
afirma: “O nutricionista é o profissional capaz de avaliar a alimentação de
maneira quantitativa e qualitativa, auxiliando-o a chegar aos resultados
esperados com saude.
(abril.uol.com.br)
Daniela Meira
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