Uma ameixa ácida e salgada que os japoneses e chineses usam quase todos os dias para prevenir ou curar, dor de cabeça, excesso de comida, excesso de bebida, diarréia, prisão de ventre, enjôo, gases, ressaca, mau-hálito, gripe, resfriado, indisposições da gravidez, infecções intestinais, calos, cortes, mordidas de bicho e cansaço!! É praticamente um remédio antigo para curar problemas corriqueiros. É antisséptica, contém substâncias antibióticas confirmadas por centenas de pesquisas científicas, destrói os germes da disenteria instantaneamente e age também sobre as bactérias da tuberculose. É altamente nutritiva, possui duas vezes mais proteínas, minerais e gorduras do que qualquer outra fruta, principalmente cálcio, ferro, fósforo, ácido cítrico e ácido fosfórico. Ela é tão feia quanto saudável!!
Você pode dissolvê-la lentamente na boca ou desmanchá-la em água quente ou no chá-verde...O gosto, é claro, é extremamente diferente de qualquer coisa. Imaginem uma ameixa salgada!!!!! O nome é formado por 2 palavras: Ume é o nome da ameixinha, que ao natural parece uma azeitona gorda, verde, tão ácida que não dá para comer ao natural. Boshi quer dizer que ela virou conserva depois de passar 1 ano e pouco amadurecendo com sal e folhas de shissô (veja informações sobre o shissô no final deste post).
É bastante tempo, mas é necessário para que reações químicas entre o sal e o ácido atinjam equilíbrio principalmente no sabor (que não fica nem ácido e nem salgado), na função anti-séptica, bactericida, antiviral, antioxidante, desintoxicante, energizante e regulador do equilíbrio ácido/alcalino...UFA!! Eu acho que o esta ameixinha merece um lugar de destaque na casa de todo mundo, na bolsa de todas as mulheres... Sabia que esta ameixa desinfeta até água contaminada???
Eu estava lendo uma matéria sobre esta frutinha na revista Bons Fluidos e nesta matéria diz que para prepará-la é fácil, custa pouco, você controla pessoalmente o tempo de maturação e ainda desfruta do caldo que ela solta no processo, chamado vinagre de umeboshi, muito bom tanto em tempero como para neutralizar rapidamente problemas de estômago e intestino (uma colher de sopa numa xícara de água bem quente, beber aos golinhos).
Então como fazer?
Primeiro passo: encomendar ao verdureiro japonês 2 kg ou mais de umes verdes, que aparecem no mercado em alguma altura de agosto ou setembro e depois somem. Conseguiu? Estão firmes e polpudas? Lave delicadamente, seque bem uma por uma, jogue fora as imperfeitas. Aí, com palito de dentes, tire de cada ameixa a tampinha mínima, que fica na base do cabo. Segundo passo: calcular a quantidade de sal marinho, que deve corresponder a 15% do peso das ameixas. Por exemplo: 2 kg de ameixa, 300 g de sal. Terceiro passo: montar uma prensa, arranjando um prato que sirva de tampa interna para uma vasilha bem funda de louça, barro, pedra, vidro, pirex ou mesmo plástico. Nela você coloca as ameixas e o sal sem deixar que ultrapassem a metade da altura da vasilha. Por cima o prato, que ao mesmo tempo tampa e pressiona as ameixas, graças a um peso que seja o dobro do delas (2 kg de ameixa, 4 kg de peso). Cobrindo tudo, uma toalha leve de algodão para proteger de poeira e intrusos.
O que se passa lá dentro é que o peso força a ameixa a soltar seu caldo, que dissolve o sal, que por sua vez impede a presença de bactérias indesejáveis na área. O balé bioquímico fica ainda melhor um mês depois, quando o verdureiro japonês apresenta as folhas de shissô, cheias de aroma e sabor, com sua cor avermelhada e poder incomparável de conservar alimentos. Também elas são lavadas, secadas, polvilhadas com (pouco) sal, amassadas nas mãos e misturadas à conserva, que a esta altura pode sair do peso e passar para um vidrão de boca larga. É nesse vidro, tampado e bem guardado no escurinho do armário, que a umeboshi vai esperar quinze meses antes de nos tornar felizes para sempre. Podemos até fazer uma nova conserva enquanto a primeira não fica pronta. Quanto mais antiga, melhor. Depois de três anos, pode ser consumida até por hipertensos. Cuidado só para não abusar, principalmente se não souber a idade da umeboshi: em excesso, faz mal aos rins e ofende o estômago. (fonte: jornalista e pesquisadora Sonia Hirsch que é autora de livros sobre culinária natural, alimentação e saúde.)
OBS: esta ameixa não é indicada na forma tradicional para hipertensos e crianças abaixo de três anos, pois possui sal em excesso. A solução é “carbonizar” a umeboshi, espetando num garfo e pondo na chama do fogão, para depois transformar este “carvãozinho” em pó e tomar com banchá.
Curiosidade sobre a folha do SHISSÔ: Origem China mas no Japão esta folha é usada na conserva de umeboshi. É aromático e tanto a folha como a semente podem ser usadas. É depurativa, estimula a transpiração no estado febril, etc. Na culinária é usada em temperos nas saladas cortada fininha ou em sopas. Pode-se comer a folha inteira junto com arroz. Usada para suco esta folha dá um cor de rosa muito bonito. Sabor refrescante, aromático e dá um toque especial na refeição.
Daniela Meira - produtora de culinária Mais Você
Daniela Meira - produtora de culinária Mais Você
Um comentário:
Dani, vivendo e aprendendo e eu como sempre aprendo muito ao ler seu blog. Mais uma que não conhecia. Bjos, Nane www.vovoqueensinou.blogspot.com
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